A Mãe terra grita por Agroecologia, Da Mãe Terra Esperança e resistência.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

INICIA O SEMINÁRIO ESTADUAL DA PASTORAL DA JUVENTUDE RURAL NA BAHIA


Inhambupe, 27 de dezembro de 2011

Juventude Camponesa: Terra, Pão e Dignidade!

A Pastoral da Juventude Rural - Bahia está realizando entre os dias 26 a 29 de dezembro o Seminário Estadual, na cidade de Inhambupe, Diocese de Alagoinhas. O seminário tem como tema: PJR-Bahia: 25 anos a serviço da juventude camponesa e lema: Juventude Camponesa: Terra, Pão e Dignidade.


Plenária com a juventude.
São 60 jovens representando as dioceses de Alagoinhas, Bonfim e Paulo Afonso que estão reunidos para celebrar os 25 anos de caminhada e luta da PJR na Bahia e traçar linhas de ação para o período entre 2012 e 2013.

O seminário começou dia 26 com uma acolhida e mística. No dia 27 foi o momento de fazer memoria da história da PJR. Uma história construída com fé e luta da juventude camponesa no estado da Bahia. Militantes históricos da PJR estiveram, no período da manhã, socializando quais as condições que possibilitaram o surgimento da PJR, os desafios enfrentados e os ensinamentos que podemos tirar para atuar nesse momento histórico.
Ambiente místico com símbolos da caminhada.
No primeiro período da tarde, a juventude camponesa fez uma análise de conjuntura destacando o atual momento de crise de superprodução da sociedade capitalista, o papel dos governos de gerenciar os interesses do capital. Foi destacado o aumento da exploração da classe trabalhadora, a fim de recompor as altas taxas de lucros das multinacionais.

No segundo momento foi apresentado dados em relação a juventude camponesa. No Brasil são 50 milhões de jovens, sendo 8 milhões vivendo no campo. Dos jovens rurais quase 50% estão na região Nordeste (3,9 milhões). O estado da Bahia é a unidade da federação com maior numero de jovens no campo, com 1,2 milhões. Mesmo diante dessa situação, os jovens discutiram que não há nenhuma política efetiva para a juventude camponesa.

Durante a noite, a PJR retomar a caminhada de luta pela terra, cultivando a mística da luta popular, a partir da experiência de Canudos.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Feliz Natal! E um 2012 botando fé na caminhada da Juventude Camponesa!



Que a memória do nascimento do camponês de Nazaré,
Jesus - o Emanuel Libertador -
nos ajude a perceber a encarnação do Projeto de Deus
no processo histórico de produção de uma Terra Livre Brasil
através de um Projeto Popular.

É tempo de renovar nossa militância, como cristãs e cristãos.
Porque ele acampou entre nós
revelamos a jovialidade de Deus
para quem com Ele caminha.

Feliz Natal e um 2012
botando fé
na caminhada da juventude camponesa.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

PJR Regional Nordeste II projeta atividades para 2012.


Animação, oração, estudo, compromisso! Estes elementos estiveram presentes na reunião de planejamento da Pastoral da Juventude Rural em âmbito de Regional Nordeste II(que envolve os estados de RN, PB, PE, AL).
Jovens entoam o Ofício Divino das Comunidades para motivar a reunião.
Lideranças representando grupos de jovens de diferentes dioceses (Floresta, Afogados de Ingazeira, Recife e Olinda, Campina Grande, João Pessoa, Mossoró, Patos) estiveram presentes nos últimos dias 17 e 18 de dezembro de 2011, no Centro Pastoral da Diocese de Floresta/PE para estudar a realidade rural, avaliar e planejar a prática pastoral como também celebrar e agradecer pela caminhada no ano de 2011.


Em relação ao estudo da realidade da juventude rural do nordeste, o enfoque foi perceber os problemas sociais que os jovens enfrentam no meio rural, como falta de acesso a terra e a educação. “Dos 16 milhões de brasileiros que vivem abaixo na linha da miséria, 4 milhões são jovens rurais e metade deles vivem no nordeste. Isso é um grande desafio para a prática pastoral” afirmou Paulo Mansan, assessor da PJR.

“Como podemos falar em permanência da juventude na roça se nos últimos 10 anos foram fechadas mais de 25 mil escolas no campo? Onde o jovem do campo vai estudar?” foi a indagação de Paulo Alex, do município de Campo Grande, Diocese de Mossoró/RN.

Em relação à avaliação da prática pastoral, o realce foi a idéia de conciliar a animação eclesial com o engajamento social. “Focamos bastante na atuação eclesial o que nos dá base para fortalecermos a ação social da pastoral” afirmou Ir. Gorete, coordenadora do Setor Juventude da Diocese de Floresta/PE.

As principais linhas de atuação da PJR no Regional Nordeste II foram às seguintes:
  • 1.       Estruturar organização de coordenações da PJR nos quatro estados. (PB, RN, PE, AL).
  • 2.       Realizar uma Escola de Formação para lideranças em âmbito regional.

O encontro teve a motivação bíblica dos discípulos de Emaús (Lucas 24, 13-35).
Coordenação da PJR N2 reunida em Floresta/PE.

A PJR agradece a Dom Adriano, a Ir. Gorete, ao Márcio e a todos os jovens da Diocese de Floresta que acolheram o encontro. 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Análise da II Conferência Nacional de Juventude.


Tayson Bedin, militante da PJR-SC, esteve presente como delegado na II Conferência Nacional da Juventude, realizada em Brasília nos últimos dias 9 a 12 de dezembro. Em sua análise enfatiza que "Por isso nós da PJR lutaremos para que as propostas elaboradas pela II Conferência Nacional da Juventude sejam implementadas pelo Governo Brasileiro e continuamos em nossas bases construindo um novo presente para nossos camponeses a cada dia para que não sejam expulsos para os centros urbanos, em sintonia com nossa mãe terra." Confira abaixo o texto na íntegra.

Delegados das Pastorais da Juventude presentes da II Conferência Nacional de Juventude.

Entre os dias 09 e 12 de Dezembro de 2011 aconteceu em Brasília a II Conferência Nacional de Políticas Públicas da Juventude, que contou com delegados eleitos em conferências municipais, regionais e estaduais de todos os Estados e Distrito Federal, jovens estes representantes de inúmeras organizações da sociedade civil, partidárias de direita e esquerda, apartidárias, movimentos sociais, cristãs, hippies, pastorais sociais, GLBT, indígenas, ribeirinhas, tradicionais de terreiros, do campo e da cidade, das periferias e favelas, entre outras tantas.

Demonstra-se em uma época de bônus demográfico juvenil o diversificado protagonismo político pleiteado por essa juventude, então, faz-se a conferência um espaço para expressar e unificar suas bandeiras de luta para que a esfera governamental perceba os anseios e dificuldades enfrentados e tenha em mãos condições de direcionar as políticas públicas para as verdadeiras necessidades da juventude explorada brasileira, mas principalmente é um espaço de elaboração de um material a ser cobrado por cada organização juvenil, um documento base para que “nossos” representantes do governo nos incluam no processo de desenvolvimento do país, e principalmente que gerem fissuras no sistema neoliberal de sub-imperialismo a que estamos submetidos no mercado mundial de vidas.

Nós da PJR – Pastoral da juventude Rural – estávamos presentes e tivemos participação fundamental, junto a movimentos sociais e sindicais do campo, na elaboração e aprovação das prioridades a serem transformadas em políticas públicas para a juventude camponesa do Grupo de Trabalho Campo, bem como na aprovação de Moções de Apoio à Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida; Apoio à Campanha Nacional contra a Violência e o Extermínio de Jovens; e Apoio à Redução da Jornada de Trabalho; não menos importante a aprovação das Moções Repúdio à Redução da Menoridade Penal; Repúdio ao Novo Código Florestal Brasileiro e Repúdio às Obras de Instalação da Usina Hidroelétrica de Belo Monte.

A PJR, junto à PJMP – Pastoral da Juventude do Meio Popular, a PJ – Pastoral da Juventude e à PJE – Pastoral da Juventude Estudantil teve a oportunidade de se reunir com outras organizações de juventudes de diversas denominações cristãs presentes na II Conferência Nacional da Juventude e assumir posicionamentos comuns diante de conflitos historicamente enfrentados com relação a temas como homofobia e a legalização do aborto, através do reconhecimento da necessidade de diálogo entre as juventudes cristãs para fomentar e aprofundar o debate sobre esses e outros temas polêmicos que geram fatos estatísticos e precisam ser compreendidos e encarados como políticas públicas. Defendendo sempre que o Princípio Básico da Defesa da Vida Digna deve ser compreendido para todos/as, independente de sua condição “pecador” ou não. Por isso nós enquanto Juventudes Cristãs reconhecemos que nossa história justifica alguns preconceitos hoje sofridos, e percebemos a necessidade de avançar conjuntamente nos debates relativos às Políticas Públicas com maior engajamento efetivo para avanços na esfera sociopolítica na luta e defesa da vida.

Ato contra o extermínio de jovens, organizado pelas PJs durante a Conferência.

Por isso nós da PJR lutaremos para que as propostas elaboradas pela II conferência Nacional da Juventude sejam implementadas pelo Governo Brasileiro e continuamos em nossas bases construindo um novo presente para nossos camponeses a cada dia para que não sejam expulsos para os centros urbanos, em sintonia com nossa mãe terra.

“PORQUE SOMOS UMA SÓ JUVENTUDE MESTIÇA EM LUTA”
“DA MÃE TERRA: LUTA E RESISTÊNCIA”

Tayson Bedin
PJR - Barra Bonita, SC
15 de dezembro de 2011
Ato contra o extermínio de jovens, organizado pelas PJs durante a Conferência.

Fotos: Reinaldo/Blog PJMP-CE.


domingo, 11 de dezembro de 2011

Ato das PJ,s marca a II Conferência Nacional de Juventude


Cerca de 150 representantes das Pastorais de Juventude do Brasil (PJ, PJMP, PJR e PJE), realizaram na manhã deste domingo (11), um ato contra a vioência e o extermínio de jovens. O ato foi marcando por um momento de mística e de protesto diante das situações em nosso país que tem gerado violência e morte e tem como principal vítima a juventude. Sob o grito "Chega de violência e de extermínio de jovens!" a plenária da II Conferência Nacional de Juventude foi ocupada pela ousadia, ternura e resitência das Pastorais de Juventude do Brasil.

A II Conferência Nacional de Juventude se extende até a segunda-feira (12)  e elegerá 26 prioridades de políticas publicas para a juventude. Temas tangentes a juventude rural como reforma agrária e educação do campo estão na pauta dos debates.

Da Redação (com informações do companheiro Reinaldo, do Blog PJMP Ceará).

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

PJR de Tocantins realiza sua V Assembléia Estadual.

 Entre os dias 2 a 4 de dezembro, no espaço Dona Olinda, no interior de Araguaína, aconteceu a V Assembléia Estadual da Pastoral da Juventude Rural de Tocantins.  Estiveram presentes jovens das micro-regiões do Bico do Papagaio, Colinas, Porto Nacional, Miracema e Riachinho.




O objetivo da Assembléia era de “resgatar o compromisso pastoral em vista dos princípios orientativos da PJR norteando a organização dos grupos de jovens camponeses e fortalecendo sua missão evangelizadora com base nos ensinamentos de Jesus de Nazaré”.
Como resultado desta Assembléia retificou-se um plano de ação fundamentado em 6 linhas:
  • 1.      Trabalho de base e articulação de Grupos de Produção e Resistência.
  • 2.      Formação de militantes.
  • 3.      Educação do campo.
  • 4.      Grandes Projetos.
  • 5.      Cultivar a eclesialidade a partir da dimensão ecumênica.
  • 6.      Comunicação.

A Assembléia também escolheu uma comissão de 5 jovens que será responsável por articular e coordenar os trabalhos em nível estadual. Os jovens eleitos foram Márcio (Miracema), Eliton (Bico do Papagaio), Herli (Riachinho) Viviania (Colinas) e Jairo (Porto Nacional).
Escola de Formação Dom Pedro Casaldáliga.
A PJR-TO tem um projeto de formação em 12 etapas, com o objetivo de capacitar lideranças para trabalhar com os grupos de jovens. Os temas discutidos perpassam discussões de metodologia pastoral, conjuntura agrária, espiritualidade. Numa das etapas os jovens viajaram até São Felix do Araguaia-MT para visitar e conhecer a história do Bispo que é homenageado com o nome da escola, Pedro Casaldáliga.
No dia 1 de dezembro, em sua ultima etapa, discutiu-se o tema “Trabalho Escravo Contemporâneo”, que contou com a assessoria do Frei Xavier e do jovem Evandro, da CPT. Estimativas da CPT e da ONG americana Free the Slaves, dão conta de que existem 27 milhões de pessoas submetidas em regimes de trabalho análogo a escravidão em todo o planeta. No Brasil, a estimativa é de que existam 50 mil pessoas nestas condições. Em 2011, as ações do Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo do Governo Federal, libertaram 2.300 pessoas em condições degradantes de trabalho. 80 % dos casos são no setor do agronegócio, sobretudo nas atividades da pecuária e produção de carvão vegetal, situadas na região centro-oeste e norte do Brasil.
A Casa Dona Olinda.
O espaço onde aconteceu a V Assembléia da PJR TO, a Casa Dona Olinda, é um dos símbolos da luta contra o trabalho escravo na região norte do Brasil. Foi construído com fundos provindos de um TAC (Termo de Ajuste e Conduta) de um fazendeiro que detinha escravos em sua fazenda. A Casa Dona Olinda acolhe trabalhadores que foram submetidos a condições de escravidão até que consigam um trabalho digno. O espaço também acolhe eventos de entidades que trabalhem na perspectiva de se engajar na luta pelo fim do trabalho escravo.
Dona Olinda é a mãe de Pe. Josimo Tavares, um grande apoiador dos pequenos lavradores e defensor da reforma agrária, que foi assassinado a mando de latifundiários da região do Bico do Papagaio na década de 1980.
Juventude Organizada em Missão.
O lema da Assembléia era Juventude Organizada em Missão. O espírito que perpassou todo o evento foi a motivação em articular e nuclear mais grupos de jovens no meio rural, sem deixar da animar os grupos já existentes.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Homenagem ao companheiro Egídio Brunetto


Companheiros e companheiras!
A notícia do trágico falecimento do companheiro Egídio Brunetto soou com dor e nos deixou tristes. Perdemos um grande companheiro, um ser humano que teve sua trajetória marcada pela articulação da luta e da solidariedade entre os povos. 
Egídio Brunetto em protesto contra o massacre dos indígenas no Mato Grosso do Sul. Foto tirada em Campo Grande, no dia 25 de novembro de 2011, por Damarci Olivi

A Pastoral da Juventude Rural lamenta profundamente e apresenta sua solidariedade com a família de Egídio e com os companheiros e companheiras do MST e Via Campesina.
Jesus disse: “E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá.” (João 11:26). Egídio foi uma vida na crença de um projeto de sociedade justa e igualitária. Um exemplo de vida doada ao próximo, seja os “próximos” brasileiros, ou os “próximos” mais distantes como todos os demais povos latino-americanos, africanos, asiáticos, europeus. Um exemplo para a juventude. Um exemplo de cristão que permanece vivo entre nós.
Solidariamente,
Pastoral da Juventude Rural.

Do site do MST:

MST perde Egídio Brunetto, companheiro de todas as frentes de batalha.

Da Direção Nacional do MST


É com um sentimento profundo de tristeza e de grande dor, que informamos a perda do companheiro Egídio Brunetto, dirigente do MST que atuava no Mato Grosso do Sul, em um acidente na rodovia MS 164 (que liga o município de Maracaju a Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai), na tarde desta segunda-feira (28/11), quando ele se dirigia ao assentamento Itamaraty.

Egídio foi um ser humano muito especial. Filho de camponeses sem terra, trabalhou desde a infância na roça e, sempre muito esperto e indignado, envolveu-se com a pastoral da terra na região de Xanxerê, em Santa Catarina, e se transformou em militante do MST desde a década de 80.

Desde então, contribuiu com a organização do Movimento em todo o país e com as lutas dos trabalhadores rurais pela terra, pela Reforma Agrária e por transformações sociais. 

Militante exemplar, preocupava-se sempre com os cuidados de cada militante. Foi uma pessoa generosa e solidária com todos.

Egídio empunhou a bandeira do internacionalismo e da solidariedade às luta dos povos e da classe trabalhadora, responsável pela relação do Movimento com organizações camponesas na América Latina e no mundo, sendo fundador da Via Campesina Internacional (na foto, Evo Morales e Egídio)

O MST e o povo brasileiro perdem um grande companheiro e um ser humano exemplar, um guerreiro Sem Terra que andou pelo mundo, construindo alianças com a classe trabalhadora.

O grande companheiro Egídio nos deixa muitos e belos exemplos de vida, que nos motivarão a seguir o seu legado.

Com muita dor,
Direção Nacional do MST
Velório
O velório será nesta terça-feira (29/11), o dia inteiro, em Campo Grande, na secretaria do MST. O endereço é rua Juruema, 309, bairro Taquarucu;

No fim da tarde, o corpo será levado de avião para Chapecó, em Santa Catarina.

À noite, o velório será na Cooperunião, em Dionisio Cerqueira. O enterro será na manhã do dia 30.

Fonte: www.mst.org.br 

Veja as mensagens enviadas em homenagem ao companheiro Egídio: http://www.mst.org.br/Veja-as-mensagens-enviadas-em-homenagem-ao-Egidio



quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Entrevista com Romário Macedo



Francisco Romário Silva de Macedo é um jovem singular. Cristão convicto e militante engajado, este cearense da Paróquia N.S Imaculada Conceição, da cidade de Quiterianópolis na Diocese de Crateús, nos conta um pouco de suas reflexões de caminhante.

Blog da PJR: Como está configurada a realidade dos jovens rurais do Ceará?
Romário: Hoje na nossa região há alguns grupos que produzem juntamente com os pais, que no final das contas dividem os lucros e despesas, e outros que começam a trabalhar no campo e por falta de incentivo do governou ou de interesse, eles começam a migrar para o sul do país para trabalhar nas empresas de gesso.  Há também migrantes para o corte de cana. Por acontecer muitas migrações está começando a chegar o problema das drogas trazidas pelos migrantes que voltam de maneira geral.

Blog da PJR: Em sua avaliação, quais os principais desafios na Evangelização da Juventude?
Romário: Buscar encontros falando da mística da nossa pastoral, e começar a relatar as problemáticas deles, que nossa pastoral pode ser um meio para eles acordarem para a vida espiritual e a convivência com a sociedade sem o uso de drogas.

Blog da PJR: Quais as motivações para o teu trabalho pastoral?
Romário: O conhecimento e a troca de experiência com os companheiros que a gente conhece. Por trabalharmos com a terra, de vermos em cada amanhecer o renascer, como o juazeiro que fica sete meses na seca e consegue permanecer verde, é muita resistência e isso inspira o trabalho.

Blog da PJR: O que é seguir Jesus Cristo hoje?
Romário: Primeiramente ver ele como um jovem camponês, que trabalhamos na PJR e CPT. Ele é o único caminho para a nossa vivencia espiritual. É um ponto de apoio para buscar forças nas nossas lutas.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Comissão para a Juventude discute sua identidade e missão



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A Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB se reuniu no dia 7, em Brasília, para refletir sobre a identidade e missão da sua coordenação jovem. Em pauta, Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE), Jornada Mundial da Juventude e Campanha da fraternidade 2013, Dia Nacional da Juventude (DNJ).
A reunião teve a participação do presidente da Comissão, dom Eduardo Pinheiro, e dos assessores, os padres Carlos Sávio e Antonio Ramos do Prado.
“A conclusão que podemos fazer a partir desta primeira reunião é de que realmente estamos em um Kairós para a juventude na Igreja do Brasil, pois as diferenças que existem entre cada expressão, em momento algum foram barreiras para a unidade, muito pelo contrário, elas foram a riqueza da fraternidade ali vivenciada”, sublinhou um dos participantes, Francisco Antonio Crisóstomo de Oliveira.
Segundo Felix Siriani, da Articulação da Juventude Salesiana, “a reunião significou um amadurecimento no trabalho para e com a juventude”. Além das reflexões feitas pela coordenação, muito trabalho conjunto vem pela frente. Representações destes jovens em organismos como Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), Conselho Pontifício para Leigos, participação de reflexões em subsídios para juventude, fazem parte do agir da coordenação.
Membros da Coordenação Nacional de Jovens da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude
Pastorais da Juventude: Francisco Antonio Crisóstomo de Oliveira (PJ), Monique Cavalcante Benevent (PJE), Eric Souza Moura (PJMP) e Laécio Vieira (PJR)
Movimentos Eclesiais: Renato Conte Rocha (EJNS) e Lisiane Griebeler (RCC)
Congregações Religiosas: Alex Bastos (JUFRA) e Félix Fernando Siriani (AJS)
Novas Comunidades: Diogo Victor Rocha (Shalom) e Adriano Gonçalves (Canção Nova)
Adriano Gonçalves – Comunidade Canção Nova

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Descaso: no campo, mais de 37 mil escolas fechadas


Notícia publicada no Jornal O Globo/RJ, de 31.10.2011 demonstra o descaso com as escolas do campo no Brasil.

Problemas de acesso, infraestrutura e formação de professores afetam área rural, onde analfabetismo chega a 23%

Karine Rodrigues
Letícia Lins

ESCADA (PE) e RIO. "Vai reformar?"; "Quando é que as aulas começam?"; "Vai ter 6ª série?", pergunta, quase sem pausa, Heronildo José de Araújo, 11 anos, confundindo a equipe de reportagem com autoridades da prefeitura de Escada, município a 62 quilômetros da capital pernambucana. Ele vive em uma casa no Engenho Canto Escuro, em frente à Escola Municipal Tiradentes, um dos 37.776 estabelecimentos de ensino rurais do país que fecharam as portas nos últimos dez anos, segundo dados do Censo Escolar do Ministério da Educação (MEC).

- Não gosto de viajar todos os dias para tão longe - reclama o menino, que sente enjoo no sacolejo do ônibus escolar e tem dois irmãos que também estudam muito distante de casa.

O número de escolas fechadas impressiona, mas está longe de ser o único dado que chama atenção na educação do campo, onde existem cerca de 80 mil estabelecimentos de ensino. Entre a população de 15 anos ou mais, a taxa de analfabetismo na zona rural chega a 23,3%, três vezes maior do que em áreas urbanas, e a escolaridade média é de 4,5 anos, contra 7,8 anos, mostra estudo de 2009 da socióloga Mônica Molina e mais dois especialistas para o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República.

- A ausência do Estado na garantia do direito à educação se traduz na precariedade da oferta. As alterações ocorridas nos últimos dez anos foram pequenas. Os professores são mal formados, não há infraestrutura e nem material pedagógico - avalia Mônica, professora da Universidade de Brasília (UnB).

Segundo ela, o fechamento das escolas, em geral, resulta de expansão do agronegócio e da nucleação - quando escolas de menor porte são extintas e os alunos, transferidos para unidades mais distantes e maiores. Mônica observa ainda que as diretrizes do setor dizem que a nucleação deve ser feita após os cinco anos iniciais do ensino fundamental e, preferencialmente, em escolas situadas também no campo, e não na área urbana.

Na opinião de Mônica, as políticas públicas para o campo precisam não só vincular o desenvolvimento à educação, mas garantir outros direitos:

- Ter acesso à terra é a primeira condição para o cidadão permanecer onde está e levar os filhos para a escola. O que está causando o fechamento das escolas não é só a nucleação. As áreas rurais estão sendo engolidas pela concentração fundiária. E os pais enfrentam de tudo para as crianças estudarem.

Que o diga José dos Santos, que foi morar na periferia de Escada para garantir o estudo dos filhos. Com o fechamento da Tiradentes, este ano, os dois filhos ficaram quatro meses sem aula.

- A escola era pequena, mas servia à comunidade. Tinha 14 alunos. Era pobre, não tinha luxo, mas fechar é muita perda - lamenta a mulher de José, Edna, que, assim como o marido, estudou somente até a 4ª série e deseja bem mais para os filhos.

Com pós-doutorado em Educação, Eliane Dayse Furtado, da Universidade Federal do Ceará (UFC), também considera que a nucleação está por trás de boa parte do fechamento das escolas. Foi o que constatou ao percorrer 14 estados das cinco regiões do país em projetos de formação de educadores rurais. Na ocasião, também ouviu reclamações sobre precariedade do transporte escolar.

- Outro dia, em Redenção (CE), as crianças ficaram três semanas sem aula porque o único ônibus quebrou. E, quando chove, ele não passa - conta ela.

Professora da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Sonia de Jesus observa que, apesar dos problemas que comprometem a qualidade na educação do campo, quem mora na área rural quer frequentar a escola:

- Tem estabelecimentos sem banheiro, com paredes rachadas, sem material pedagógico. Mas, ainda assim, a população quer estudar. E há professores que, apesar dos problemas, fazem de tudo para dar aula.

Ednalva Cavalcanti, que hoje ensina 12 alunos, é assim, mas está desanimada, pois acha que a Escola Santa Rita, em Escada, está marcada para morrer: das três salas, duas estão fechadas.

- É triste ver o pessoal indo embora para dar lugar à cana - diz, informando que, em média, os alunos passam apenas três horas na escola, considerada uma das mais conservadas da área rural do município, pois tem alpendre, luz e água.

Entre 2007 e 2011, seis escolas municipais cerraram as portas em Escada, diz a secretária de Educação do município, Elizabeth Cavalcanti, explicando que a Tiradentes fechou por falta de alunos no Canto Escuro, onde O GLOBO computou, pelo menos, 20 moradias próximas:

- No engenho, só há quase adultos e adolescentes.

As três pesquisadoras ressaltam que a educação no campo é melhor nos assentamentos, por pressão e organização de movimentos sociais, como MST, que, recentemente, lançou a campanha "Fechar escola é crime".

O MEC informa que municípios, estados e DF recebem apoio técnico e financeiro por meio de várias ações e programas para educação do campo, onde estão quase 50% das escolas da educação básica do país, e diz que está elaborando um programa para implementar a Política de Educação do Campo. Destaca ainda que orienta para que a nucleação ocorra "quando realmente necessária", e dentro das diretrizes da área.