Entre os dias 2 a 4 de dezembro, no espaço Dona Olinda, no
interior de Araguaína, aconteceu a V Assembléia Estadual da Pastoral da
Juventude Rural de Tocantins. Estiveram
presentes jovens das micro-regiões do Bico do Papagaio, Colinas, Porto
Nacional, Miracema e Riachinho.
O objetivo da Assembléia era de “resgatar o compromisso pastoral em vista dos princípios orientativos da
PJR norteando a organização dos grupos de jovens camponeses e fortalecendo sua
missão evangelizadora com base nos ensinamentos de Jesus de Nazaré”.
Como resultado desta Assembléia
retificou-se um plano de ação fundamentado em 6 linhas:
- 1. Trabalho de base e articulação de Grupos de Produção e Resistência.
- 2. Formação de militantes.
- 3. Educação do campo.
- 4. Grandes Projetos.
- 5. Cultivar a eclesialidade a partir da dimensão ecumênica.
- 6. Comunicação.
A Assembléia também escolheu uma
comissão de 5 jovens que será responsável por articular e coordenar os trabalhos
em nível estadual. Os jovens eleitos foram Márcio (Miracema), Eliton (Bico do
Papagaio), Herli (Riachinho) Viviania (Colinas) e Jairo (Porto Nacional).
Escola de Formação Dom Pedro Casaldáliga.
A PJR-TO tem um projeto de
formação em 12 etapas, com o objetivo de capacitar lideranças para trabalhar
com os grupos de jovens. Os temas discutidos perpassam discussões de
metodologia pastoral, conjuntura agrária, espiritualidade. Numa das etapas os
jovens viajaram até São Felix do Araguaia-MT para visitar e conhecer a história
do Bispo que é homenageado com o nome da escola, Pedro Casaldáliga.
No dia 1 de dezembro, em sua
ultima etapa, discutiu-se o tema “Trabalho Escravo Contemporâneo”, que contou
com a assessoria do Frei Xavier e do jovem Evandro, da CPT. Estimativas da CPT
e da ONG americana Free the Slaves, dão conta de que existem 27 milhões de
pessoas submetidas em regimes de trabalho análogo a escravidão em todo o
planeta. No Brasil, a estimativa é de que existam 50 mil pessoas nestas
condições. Em 2011, as ações do Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo do
Governo Federal, libertaram 2.300 pessoas em condições degradantes de trabalho.
80 % dos casos são no setor do agronegócio, sobretudo nas atividades da
pecuária e produção de carvão vegetal, situadas na região centro-oeste e norte
do Brasil.
A Casa Dona Olinda.
O espaço onde aconteceu a V
Assembléia da PJR TO, a Casa Dona Olinda, é um dos símbolos da luta contra o
trabalho escravo na região norte do Brasil. Foi construído com fundos provindos
de um TAC (Termo de Ajuste e Conduta) de um fazendeiro que detinha escravos em
sua fazenda. A Casa Dona Olinda acolhe trabalhadores que foram submetidos a
condições de escravidão até que consigam um trabalho digno. O espaço também
acolhe eventos de entidades que trabalhem na perspectiva de se engajar na luta
pelo fim do trabalho escravo.
Dona Olinda é a mãe de Pe. Josimo
Tavares, um grande apoiador dos pequenos lavradores e defensor da reforma
agrária, que foi assassinado a mando de latifundiários da região do Bico do
Papagaio na década de 1980.
Juventude Organizada em Missão.
O lema da Assembléia era Juventude
Organizada em Missão. O espírito que perpassou todo o evento foi a motivação em
articular e nuclear mais grupos de jovens no meio rural, sem deixar da animar
os grupos já existentes.
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