A Mãe terra grita por Agroecologia, Da Mãe Terra Esperança e resistência.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

PJR: fé, luta e resistência

PJR: fé, luta e resistência
Julia Letícia Helmer Brum

A juventude camponesa, cansada da opressão, decide se organizar em prol do projeto popular para o Brasil, nos reunimos na Pastoral da Juventude Rural – PJR, para rezar a vida, as lutas, os sonhos em comum, desta juventude historicamente coibida, e nos constituímos em um serviço a serviço dos jovens e das jovens da roça, que pautam o campo como espaço de vida e resistência.
Essa organização surge simultaneamente, porém em movimentos independentes, em 1983, no Sul e no Nordeste brasileiro, e se unifica, como PJR nacional, no ano de 1988. Neste período era grande a emergência de movimentos sociais populares, que se articulavam em todo Brasil, movidos primeiramente pela necessidade da melhoria nas suas condições de vida, e impulsionados pela teologia da libertação, que representa a opção histórica da igreja – especialmente a igreja católica- pelos pobres. Nesse contexto a PJR se afirma como uma pastoral ecumênica, que se articula junto a Via Campesina Nacional. Uma organização de jovens militantes cristãos, que se assumem como discípulos missionários de Jesus de Nazaré, e se colocam a serviço, forjando uma sociedade justa e igualitária.
Com o decorrer do tempo, viemos reafirmando nossa identidade, como Pastoral, por sermos um serviço, com motivação no Evangelho, que nos convoca a nos colocar a serviço da vida, inspirados na fé, na esperança e na caridade, assumindo o projeto de Jesus; Da, por nos assumir como um espaço juvenil, com seu olhar, animação e protagonismo; Juventude, compreendendo-a como destinatária e ao mesmo tempo um sujeito coletivo organizado (categoria), que não vive apenas de sua religiosidade, mas faz opções; e Rural, assumido o campo como o meio específico, com sua cultura camponesa, que nos leva a uma opção pelos jovens camponeses empobrecidos e a um olhar roceiro nesta sociedade urbanizada.
Essa identidade é afirmada por elementos que se manifestam no nosso jeito de ser. Na nossa mística, camponesa, enraizada na mãe terra, cristã embasada e encarnada na vida do jovem camponês de Nazaré, e popular que emerge da memória subversiva da luta dos trabalhadores, na nossa luta, contra todas as formas de injustiça, na nossa forma de compreender o campo ou roça, como um lugar de vida digna, de convivência ou sintonia com a natureza, no estudo como necessidade de aprofundamento ou formação, a partir das demandas de teorização de nossa prática, e no companheirismo, por comermos do mesmo pão, fruto da natureza e do trabalho humano, e que exige uma relação de apoio e de cuidado com o outro, com a outra.
Estes elementos se concretizam em dois espaços, o eclesial onde, como povo de Deus, nos organizamos em comunidade, esse é nosso espaço de fé. E o social onde, como militantes-cristãos, atuamos a favor dos pobres, na luta da classe trabalhadora, este é nosso espaço de vida e atuação política. No engajamento nestes espaços, assumimos por nossa missão evangelizar e conscientizar a juventude camponesa, especialmente as jovens e os jovens empobrecidos, e formar militantes cristãos, discípulos missionários de Jesus Cristo, para contribuir na transformação da sociedade assumindo a construção do projeto popular e campo, articulado ao de sociedade, e lutar pela vida do planeta terra.
A juventude que se sente desamparada passa a cultivar o amor pela terra, e o carinho com os companheiros de caminhada, somos cativados pelo jeito simples da busca pelos sonhos, pelo jeito simples de entender nossas realidades especificas, e pelo aconchego da esperança, por acreditar que juntos podemos forjar uma nova sociedade. A partir daí, percebemos que não há o dia em que passamos a ser PJR, mas sim o dia em que nos achamos, em meio aos companheiros que conosco comungam da mesma espiritualidade encarnada e libertadora da juventude militante. (da mesma fé, dos mesmos sonhos, e da mesma luta).

FÓRUM PEMANENTE CONTRA OS AGROTÓXICOS E PELA VIDA


MOÇÃO PELA VIDA E CONTRA OS AGROTÓXICOS

Na aurora das ciências e avanços teconlógicos, a humanidade ainda não inventou algo que substitua o alimento necessário ao bom funcionamento do organismo. Após o paleolítico, ocasião em que o Homo sapiens deixou de ser nômade e passou a ser agricultor (8000 a.C.), inúmeras transformações ocorreram em função do poder instituído na humanidade, afetando as águas, as terras, o fogo e os ares. Adotando um modelo desenfreado de desenvolvimento, numa visão imediatista de lucro da minoria, testemunhamos a exclusão social e as injustiças ambientais que assolam o mundo. Sob o falso discurso de ser celeiro da humanidade, grande parte dos alimentos produzidos pelo agronegócio mato-grossense serve para refeição às vacas holandesas.

O uso e o nível de agrotóxicos, como fruto deste manejo sem ética, compromete a qualidade dos alimentos para o consumo humano e animal, provoca poluição, corrobora com as mudanças ambientais negativas, provoca competições desonestas, aumenta cada vez mais o abismo entre ricos e pobres e até impede que agricultores da agroecologia mantenham sua produção sadia e certificada. A insustentabilidade da vida mato-grossense não é somente instituída pelo governo, como estimulada essencialmente pelo manejo agrícola mecanizado e baseado em agroquímicos.

Para a defesa da sustentabilidade instituinte e planetária, os participantes deste fórum permanente contra os agrotóxicos e pela vida, manifestam-se:

ü  Pela defesa do código florestal como parte da sustentabilidade planetária, que não tenha meramente um interesse econômico, nem seu objeto e muito menos o final almejado;
ü  Por um zoneamento participativo, discutido e proposto no bojo do Grupo de Trabalho de Mobilização Social e que favoreça a agricultura familiar e a valorização do mapa social;
ü  Pelo repúdio aos megaprojetos de hidrelétricas como Belo Monte, além das inúmeras PCH que destroem a natureza e a cultura e, assim, também pela suspensão de qualquer obra que venha prejudicar a integridade ambiental e também dos povos do Pantanal, com a imediata retirada do projeto de hidrovia Paraguai-Paraná do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC);
ü  Pela concordância da “Moção contra o uso dos agrotóxicos e pela vida” aprovada durante a realização do V Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde (São Paulo, USP, 20 de abril de 2011) em seus tópicos: Proibir a pulverização aérea de agrotóxicos, tendo em vista a grande e acelerada expansão desta forma de aplicação de venenos, especialmente em áreas de monocultivos; Suspender as isenções de ICMS, PIS/PASEP, COFINS e IPI concedidas aos agrotóxicos; e Elaborar e implementar um conjunto de Políticas Públicas que viabilizem a superação do sistema do agronegócio e a transição para o sistema da Agroecologia;
ü  Pela defesa da autonomia das ciências éticas, que metodologicamente se inscrevem na soberania científica e essencialmente no compromisso político dos cientistas, seja na área da saúde, ecologia, educação, sociologia ou qualquer outra área do conhecimento e, portanto, repúdio a todo tipo de represália às pesquisas que evidenciem os danos causados pelos agroquímicos; (Pela valorização das pesquisas que evidenciem os danos causados pelos agroquímicos e proteção dos cientistas);
ü  Pela criação de programas de pesquisa sobre os impactos dos agroquímicos na saúde, no meio ambiente e nos alimentos e consequente análise de resíduos nos produtos do agronegócio exportador, além do apoio às vítimas de contaminação;
ü  Pela sensibilização dos conselheiros municipais de saúde, em especial o segmento dos usuários, quanto aos impactos na saúde e no meio ambiente, provocados pelo uso de agrotóxicos;
ü  Pela defesa dos Direitos Humanos, em especial ao estudo e intervenção da Comissão Pastoral da Terra (CPT) sobre as ameaças de morte em MT e erradicação imediata do trabalho escravo e da violência instituída no campo;
ü  Pela defesa das vidas dos povos e comunidades tradicionais e grupos sociais vulneráveis, como os povos indígenas, quilombolas, pescadores artesanais, artesãos, agricultores familiares, retireiros do Araguaia, seringueiros, trabalhadores do carvão e tantos outros grupos marginalizados pelo poder econômico;
ü  Pela justiça socioambiental do campo e pela liberdade e autonomia dos sindicatos dos trabalhadores rurais na luta pela vida, e o nosso repúdio às ameaças de morte aos que combatem os agrotóxicos;
ü  Pela responsabilização legal e penal daqueles que utilizam os agroquímicos, assumindo os riscos das externalidades advindas de seu uso no meio rural e urbano;
ü  Pela proibição, no Brasil, da propaganda e uso de agrotóxicos já proibidos em outros países (especialmente na Europa) e sua equiparação à mesma condição de outras substâncias perigosas, com transporte e uso controlados; Por propagandas na mídia de massa que mostrem os males causados por agrotóxicos nas pesquisas feitas durante os últimos anos, que equiparam-nos às drogas tóxicas;
ü  Pela defesa das zonas de amortecimento ao redor de vilas, cidades, terras indígenas e unidades de conservação em regiões agrícolas;
ü  Pelo apoio efetivo e oficial aos agricultores familiares na conversão para modelos de agricultura de base ecológica;
ü  Pela elaboração de políticas públicas (nos níveis municipal, estadual e federal) que viabilizem a agroecologia;
ü  Pela defesa e valorização da agricultura familiar, considerando sua autonomia das sementes e técnicas tradicionais;
ü  Pelo direito a um ambiente limpo, livre de agrotóxicos e transgênicos em que as populações com seus direitos velados tenham condições de justiça;
ü  Pela defesa ampla, irrestrita e permanente da biodiversidade e de todos os elementos que tecem uma humanidade ética, socialmente inclusiva e ecologicamente protegida.

PELA DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS E DA TERRA!

Aprovada pela plenária final do Fórum Permanente contra o agrotóxico e pela vida, em 03 de junho de 2011, na ADUFMAT-UFMT, município de Cuiabá, MT.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Características da Identidade da PJR


Pastoral da Juventude Rural
PJR Brasil




Características da Identidade da PJR


A Coordenação Nacional (CN) da PJR, em São Leopoldo, RS, em março de 2011, fez uma reflexão sobre as características da sua identidade como Pastoral da Juventude Rural.
É o fechamento de uma reflexão iniciada em março de 2010. Esta reflexão se deu a partir de uma analogia que nos levou a refletir sobre a relação CASA – RUA. Na CN, em Piúma, no ES, que aconteceu em novembro de 2010, reafirmamos que estar em CASA e na RUA é constitutivo da PJR. Nestes últimos meses buscamos identificar quais as características de nossa CASA que não podemos abrir mão, pois fazem parte de nossa identidade.
Por isso:

1.    Reassumimo-nos como Pastoral da Juventude Rural, a saber:
a.    Pastoral, por sermos um serviço, com motivação no Evangelho, que nos convoca a nos colocar a serviço da vida.
b.    Da, por nos assumir como um espaço juvenil, com seu olhar, animação e protagonismo, em vez de atuarmos “para a” juventude.
c.    Juventude, compreendendo-a o sujeito que trabalha por estar na PJR, como o sujeito a ser trabalhado, por estar na roça, e, ao mesmo tempo um sujeito coletivo organizado (categoria social).
d.    Rural, assumido como o meio específico, com sua cultura camponesa, que nos leva a uma opção pelos jovens camponeses empobrecidos e a um olhar roceiro nesta sociedade urbanizada.

2.    Reafirmamos que a PJR tem como base os Grupos de Base, os quais precisam ter a “nossa cara”. Eles podem ser de diferentes tipos, a saber:
a.    Grupo nas Comunidades: formado por jovens que estão na roça, atuam na comunidade e procuram implementar pelo menos uma iniciativa concreta onde cultivam sua relação com a terra, com princípios agroecológicos.
b.    Grupo de Produção e Resistência – GPR: formado por jovens que se assumem como camponeses, optaram em ficar no campo e viver da roça e para isto se organizaram coletivamente para produzir, inclusive em pequenas agroindústrias.
c.    Grupo de Vivência: formado por jovens da roça, de localidades diferentes, que estão temporariamente na cidade para estudar ou em escolas que ficam na roça, mesmo as que atuam com alternância, e, se encontram porque decidiram ser camponeses.

3.    Percebemos que temos cinco características que constituem a nossa identidade, a saber:
a.    A Mística que exige o entrelaçamento de três raízes (como se formasse a unidade de uma trança): a Camponesa ligada a na Mãe Terra, a Cristã embasada em Jesus de Nazaré, martirizado e ressuscitado, e a Luta Popular com sua raiz que bebe na memória subversiva dos pobres e seu projeto popular. Precisamos nos alimentar da mística e dela alimentar a nossa práxis.
b.    A Luta contra todas as formas de injustiça, comprometidos por motivação cristã, em vista da transformação da realidade, rumo a um Projeto Popular, inclusive de Campo, que leve a uma sociedade para além do capital.
c.    O Campo ou roça, compreendido como um lugar de vida digna, de convivência ou sintonia com a natureza, onde procuramos desenvolver uma atividade concreta de trabalho, agroecológica, cooperação, ensaiando a mudança da matriz produtiva.
d.    O Estudo como necessidade de aprofundamento ou formação, a partir das demandas de teorização de nossa prática, o que inclui a formação política que nos prepara para atuarmos no mundo, bem como a profissional e universitária.
e.    O Companheirismo, por comermos do mesmo pão, fruto da natureza e do trabalho humano, e que exige uma relações de apoio e de cuidado com o outro, com a outra.

4.    Estes elementos se concretizam em dois espaços de atuação coletiva ou práxis:
a.    O Eclesial onde, como parte do povo de Deus, participamos da comunidade, onde precisamos ganhar espaço como Igreja organizada a luz dos Atos dos Apóstolos. Este é o espaço da fé.
b.    O Social onde, como militantes-cristãos, atuamos na Sociedade, em vista de sua transformação, atuando ao lado dos pobres, da classe trabalhadora. Este é o espaço da vida, da atuação política.

5.    Damo-nos conta de que podemos apresentar graficamente as características de nossa identidade através do desenho de uma estrela de cinco pontas, onde o Grupo de Base ou a PJR estão no centro e cada uma das características é uma das pontas que formam esta totalidade, que atua tanto no espaço eclesial como no espaço social, compreendidos como nossos dois braços.
Veja o desenho que segue:











Mística
 









 












6.    Reafirmamos que podemos como PJR contribuir junto aos Movimentos Sociais e inclusive neles atuar, especialmente quando forem do campo, apesar deles insistirem no corporativismo de sua sigla (considerar os seus militantes como sua propriedade privada), desde que não coloquemos em risco as características acima.

7.    Definimos-nos como militantes-cristãos (vide o texto da Missão), além de camponeses.




Para baixar o texto acesse:http://www.4shared.com/document/GDRzQZNX/Caractersticas_da_Identidade_d.html

Identidade da PJR


Pastoral da Juventude Rural
PJR Brasil




Identidade da PJR

Abril de 2011

A PJR tem a sua Identidade na sua própria denominação: Pastoral da Juventude Rural. Vejamos cada um dos termos:
1.     Pastoral:
a.     Somos uma Pastoral. Não somos um movimento eclesial e nem um movimento popular. E sempre tivemos um pé na Luta e o outro pé no Evangelho, pois vivemos a interação entre Fé e Vida. Por isso uns nos chamam de “igrejeiros” e outros nos chamam de “só fazer política”.
b.     Entendemos por Pastoral a arte de nos colocar a serviço da vida (Jo 10,10), a exemplo de Jesus de Nazaré. Ele teve compaixão do povo, que estava como ovelhas sem pastor, e pede para os discípulos se envolver com sua demanda vital (a fome mata). Jesus nos mostra o caminho que implica em ver o que o povo tem e sabe, depois ajudar para que ele se organize em grupos, base para uma nova convivência, a partilha (cf. Mc 6,34-43)
c.     Da práxis de Jesus nasce a nossa opção pelos pobres, pelos injustiçados.
d.     Somos cristãs e cristãos dispostos a fazer o seguimento de Jesus de Nazaré, o Cristo. Assumimos-nos como discípulo missionário. Para isto, como Jesus, nos colocamos a serviço do Reinado do Pai.
e.     Somos parte da Igreja, de uma Igreja que atua no mundo e para o mundo, como “sal” (sabor que nos motiva), tendo “luz” (rumo, por causa do Projeto) e sendo “fermento” (sujeito que se encarna para fazer a transformação). Estamos na Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) e somos ecumênicos.
f.      Desejamos ser uma Igreja diferente (ver os princípios eclesiais) e ajudamos a Igreja a estar presente entre os jovens. Somos juventude evangelizando jovens. Assim nasce a nossa opção pelos jovens, especialmente pelos jovens empobrecidos.
g.     ...
2.     Da:
a.     O “da” indica que é a juventude o sujeito desta sua organização pastoral. Não somos uma “ala jovem”, nem “tarefeiros” e nem “conduzidos por tios”.
b.     Somos um espaço juvenil, com seu olhar, animação e protagonismo. Não pretendemos atuar “para a” juventude.
c.     Propomos a construir “com a” juventude uma saída para os seus problemas. Somos juventude nos conscientizando, porque refletimos sobre a nossa ação.
d.     Nossa atuação é a partir “da” juventude.
3.     Juventude:
a.     Compreendemos os jovens como destinatários de nossa missão (vide no texto da missão).
b.     Ser jovem é um momento da vida (ciclo), que começa com a puberdade (ou adolescência) e termina com uma opção social (emprego, casamento, ...).
c.     Os jovens estão num momento propicio de quebra do censo comum em vista da formação de sua consciência e isto leva para relações de vida grupal, entre seus iguais, em vista de experiências e com postura de rebeldia.
d.     Mas Juventude é uma categoria social. Ela implica em jovens organizados e com uma causa. Neste sentido ela se torna, ao mesmo tempo, uma representação sociocultural, uma situação social, e sujeito coletivo de transformação.
e.     ...
4.     Rural:
a.     Rural indica o jeito de viver no campo, com a roça, enfim, é ser camponês e camponesa que vive e convive com a terra.
b.     A expansão agrícola produtora de commodities introduz monocultivos, que mais parecem desertos verdes, afetando a flora e a fauna, destruindo assim a biodiversidade existente, e vem ainda acompanhada do uso intensivo de agrotóxicos que contaminam os solos, as plantas e a água, e, indiretamente, os animais e as pessoas. Este alardeado avanço tem efeitos perversos sobre o ambiente e colocam em risco a soberania alimentar.
c.     Os camponeses têm o campo como um lugar de vida e não como um lugar de negócio.
d.     Temos a roça policultivada como uma interação com a natureza e compreendemos o planeta terra como alguém quer precisa de cuidado. A terra Gaia. Ela é nossa Mãe Terra.
e.     Somos juventude camponesa: queremos viver no campo e da roça. Assumimos a arte da agricultura camponesa, do seu cuidado com as sementes crioulas, com as fontes e mananciais, ...
f.      O rural aponta para a nossa especificidade e numa sociedade em processo de urbanização: somos diferentes e por isto apelidados de atrasados, de      Jeca”, por exemplo, o que fere a nossa auto-estima. Alguns jovens procuram rendem a negar a sua raiz negando seu ser roceiro, camponês; outros preferem dizer que moram na “zona rural”. Desde 1983 ressoa um grito: Jovem da roça também tem valor!
g.     Sabemos que, como camponeses, temos uma cultura própria e, ao mesmo tempo, de que ela é múltipla, pois o jovem da caatinga é diferente do jovem do cerrado, que é diferente do jovem do pampa, que são diferentes de outros jovens. Os biomas fazem parte de nossa identidade.
h.     ...

Integramos tudo isto com a nossa mística, que se tornou expressão de nossa identidade. Na PJR a mística é o entrelaçamento de três raízes, que formam a trança de nossa identidade, a saber: a Camponesa, a Cristã e a Luta Popular. É ela que alimenta o fazer história de nossa Identidade.


Para baixar o texto acesse: http://www.4shared.com/document/cCovFO2-/Identidade_da_PJR_vf.html