Pastoral da Juventude Rural PJR Brasil |
Características da Identidade da PJR
A Coordenação Nacional (CN) da PJR, em São Leopoldo, RS, em março de 2011, fez uma reflexão sobre as características da sua identidade como Pastoral da Juventude Rural.
É o fechamento de uma reflexão iniciada em março de 2010. Esta reflexão se deu a partir de uma analogia que nos levou a refletir sobre a relação CASA – RUA. Na CN, em Piúma, no ES, que aconteceu em novembro de 2010, reafirmamos que estar em CASA e na RUA é constitutivo da PJR. Nestes últimos meses buscamos identificar quais as características de nossa CASA que não podemos abrir mão, pois fazem parte de nossa identidade.
Por isso:
1. Reassumimo-nos como Pastoral da Juventude Rural, a saber:
a. Pastoral, por sermos um serviço, com motivação no Evangelho, que nos convoca a nos colocar a serviço da vida.
b. Da, por nos assumir como um espaço juvenil, com seu olhar, animação e protagonismo, em vez de atuarmos “para a” juventude.
c. Juventude, compreendendo-a o sujeito que trabalha por estar na PJR, como o sujeito a ser trabalhado, por estar na roça, e, ao mesmo tempo um sujeito coletivo organizado (categoria social).
d. Rural, assumido como o meio específico, com sua cultura camponesa, que nos leva a uma opção pelos jovens camponeses empobrecidos e a um olhar roceiro nesta sociedade urbanizada.
2. Reafirmamos que a PJR tem como base os Grupos de Base, os quais precisam ter a “nossa cara”. Eles podem ser de diferentes tipos, a saber:
a. Grupo nas Comunidades: formado por jovens que estão na roça, atuam na comunidade e procuram implementar pelo menos uma iniciativa concreta onde cultivam sua relação com a terra, com princípios agroecológicos.
b. Grupo de Produção e Resistência – GPR: formado por jovens que se assumem como camponeses, optaram em ficar no campo e viver da roça e para isto se organizaram coletivamente para produzir, inclusive em pequenas agroindústrias.
c. Grupo de Vivência: formado por jovens da roça, de localidades diferentes, que estão temporariamente na cidade para estudar ou em escolas que ficam na roça, mesmo as que atuam com alternância, e, se encontram porque decidiram ser camponeses.
3. Percebemos que temos cinco características que constituem a nossa identidade, a saber:
a. A Mística que exige o entrelaçamento de três raízes (como se formasse a unidade de uma trança): a Camponesa ligada a na Mãe Terra, a Cristã embasada em Jesus de Nazaré, martirizado e ressuscitado, e a Luta Popular com sua raiz que bebe na memória subversiva dos pobres e seu projeto popular. Precisamos nos alimentar da mística e dela alimentar a nossa práxis.
b. A Luta contra todas as formas de injustiça, comprometidos por motivação cristã, em vista da transformação da realidade, rumo a um Projeto Popular, inclusive de Campo, que leve a uma sociedade para além do capital.
c. O Campo ou roça, compreendido como um lugar de vida digna, de convivência ou sintonia com a natureza, onde procuramos desenvolver uma atividade concreta de trabalho, agroecológica, cooperação, ensaiando a mudança da matriz produtiva.
d. O Estudo como necessidade de aprofundamento ou formação, a partir das demandas de teorização de nossa prática, o que inclui a formação política que nos prepara para atuarmos no mundo, bem como a profissional e universitária.
e. O Companheirismo, por comermos do mesmo pão, fruto da natureza e do trabalho humano, e que exige uma relações de apoio e de cuidado com o outro, com a outra.
4. Estes elementos se concretizam em dois espaços de atuação coletiva ou práxis:
a. O Eclesial onde, como parte do povo de Deus, participamos da comunidade, onde precisamos ganhar espaço como Igreja organizada a luz dos Atos dos Apóstolos. Este é o espaço da fé.
b. O Social onde, como militantes-cristãos, atuamos na Sociedade, em vista de sua transformação, atuando ao lado dos pobres, da classe trabalhadora. Este é o espaço da vida, da atuação política.
5. Damo-nos conta de que podemos apresentar graficamente as características de nossa identidade através do desenho de uma estrela de cinco pontas, onde o Grupo de Base ou a PJR estão no centro e cada uma das características é uma das pontas que formam esta totalidade, que atua tanto no espaço eclesial como no espaço social, compreendidos como nossos dois braços.
Veja o desenho que segue:
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6. Reafirmamos que podemos como PJR contribuir junto aos Movimentos Sociais e inclusive neles atuar, especialmente quando forem do campo, apesar deles insistirem no corporativismo de sua sigla (considerar os seus militantes como sua propriedade privada), desde que não coloquemos em risco as características acima.
7. Definimos-nos como militantes-cristãos (vide o texto da Missão), além de camponeses.
Para baixar o texto acesse:http://www.4shared.com/document/GDRzQZNX/Caractersticas_da_Identidade_d.html
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