O X Seminário Nacional da PJR tem
apresentando discussões que buscam responder a questões tangentes a
transformação da realidade da juventude camponesa. A efetivação de experiências
de Grupos de Produção e Resistência tem animado os mais de 120 jovens presentes
na atividade.
Momento místico onde se rezou a Mãe Terra.
No sábado e domingo (21 e 22) o
estudo sobre a agroecologia teve atenção especial. O tema foi conduzido por
três jovens participantes de grupos da PJR e que estudaram em Escolas de
Agroecologia vinculadas a movimentos sociais do campo.
Agroecologia: o desafio de alimentar a população sem destruir o meio
ambiente.
Gilmar dos Santos Andrade, baiano
de Monte Santo, graduou-se em Agroecologia pela ELAA - Escola Latino Americana de
Agroecologia, situada em Lapa/PR. Nesta
m esma ELAA estudou Gilvania Domiciano de Amorin, mineira de Divino. Já a
capixaba Poliane Dutra cursa Mestrado em Agroecologia na Universidade de
Havana/Cuba, num curso voltado para estudantes ligados a movimentos sociais do
campo. Os três militantes da PJR explanaram conceitos atuais no campo da
agroecologia, proporcionando aos jovens refletir sobre esta importante
temática.
A grande carga de agrotóxicos
despejada nas lavouras brasileiras, orientadas num projeto capitalista de agricultura
é uma preocupação permanente. “Se dividirmos a quantidade de litros de agrotóxicos
utilizados no Brasil anualmente, pelos 190 milhões de habitantes, notaremos que
cada brasileiro bebe mais de 5 litros de agrotóxicos por ano, que vem através
dos alimentos que comemos. Isso é preocupante” alertou Gilmar.
Para superar este quadro de
agricultura que visa apenas o lucro em detrimento da saúde humana a
agroecologia é apontada como uma saída. “Há técnicas para se produzir alimentos
sem utilizar agrotóxicos, diversas experiências tem funcionando pelo mundo
inteiro” informou Gilvania.
Porém, o campo da agroecologia se
depara com grandes desafios, como reflete Poliane “o desafio é produzir sem
agrotóxicos, respeitando o meio ambiente, respeitando quem trabalha no campo, e
também dando conta de garantir a alimentação para toda a população brasileira”.
Gilvania explanando sobre os desafios da agroecologia.
Economia Popular Solidária: inserir a juventude em redes de
comercialização solidárias.
No domingo e na segunda (22 e 23)
um dos temas tratados foi a Economia Popular e Solidária. O agente da Cáritas,
Ademar Bertucci, construiu um panorama sobre a economia atual, colocando as
diferentes entre a Economia Capitalista, voltada para a produção de lucros e a
Economia Popular Solidária, que é orientada na perspectiva de incluir as
pessoas em projetos que promovam a distribuição das rendas obtidas com o
trabalho.
“Pensar em alternativas para a
juventude camponesa permanecer no campo implica em pensar numa outra lógica de
economia. Organizar grupos de jovens para produzir numa lógica capitalista é
negar os princípios do evangelho” comentou o mineiro Eduardo.
Jovem que cooperar tem mais chances de permanecer no campo.
Na tarde desta segunda-feira (23)
o dirigente do MST/ES Juraci Porto, explanou alguns conceitos relacionados ao
cooperativismo na agricultura familiar e camponesa. A partir do estudo
refleti-se sobre a necessidade de incentivar a cooperação entre os jovens,
estimulando a criação de grupos de produção.
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